O texto original do segundo objetivo prevê que, até 2015, todo cidadão tenha cumprido um ciclo completo de ensino. A ONU refere-se à Educação Básica, que consiste, na maioria dos países, em aproximadamente quatro anos de estudo. Mas, no Brasil, a Constituição determina como obrigatória a conclusão do Ensino Fundamental. Portanto, aqui, a meta relacionada à Educação é mais desafiadora que em muitos outros países signatários da Declaração do Milênio: trata-se de garantir que crianças e adolescentes completem nove anos de estudo. Durante os anos 90, os governos quase universalizaram o acesso ao Ensino Fundamental. O último censo do IBGE mostrou que 93% da garotada entre 7 e 14 anos está cursando essa fase do ensino. No período de 1992 para cá, houve um aumento de 12 pontos percentuais. Na área rural, o crescimento foi de 66% para 91%. Ainda assim, há muitos jovens fora da escola. Mais triste ainda é ver que muitos daqueles que se matricularam durante a década passada desistiram dos estudos pouco tempo depois, por diversas razões, como a alta taxa de reprovação, o aprendizado lento e a falta de orientação. Pouco mais da metade desses jovens terminou a 8.ª série e, entre eles, metade repetiu o ano pelo menos uma vez. Em 2003, os brasileiros levavam, em média, dez anos para concluir todo o ciclo de estudos (lembre-se de que, naquele ano, o Ensino Fundamental consistia em oito séries). No Nordeste, a média foi de quase doze anos. A ONU alerta: a solução para esses problemas depende de um salto qualitativo na Educação. Ou seja, o Brasil precisa rever os sistemas de ensino e a gestão de todo o processo educacional. É preciso também que o governo dê mais atenção a questões que não estão diretamente relacionadas ao ensino, mas que efetivamente exercem influência na vida dos alunos, como a desigualdade social, a oferta de emprego para os pais e o combate ao trabalho infantil.
OS OBJETIVOS DO MILÊNIO SEM O RACISMO
• Na esfera da Educação, a desigualdade racial fica mais evidente no Ensino Médio. Há 20% mais brancos que negros cursando essa etapa do ensino.
• Saiba mais sobre a situação do trabalho infantil no Brasil, e como ele impede que muitas crianças continuem frequentando a escola.
• A meta de alfabetizar todos os brasileiros com idade entre 7 e 14 anos está próxima de ser cumprida: em 2003, a porcentagem de alfabetizados nessa faixa de idade foi de 97%.
• A definição da ONU de “analfabetismo funcional” (quando a pessoa tem menos de quatro anos de ensino concluídos) aplica-se a 10% da população entre 15 e 24 anos de idade em nosso país. • Cresceu bastante o número de estudantes na área rural: de 66% em 1992, para mais de 90% em 2003.
E PELO MUNDO AFORA...
• A África Subsaariana, região que tem menos crianças na escola, melhorou bastante nesse aspecto. Contudo, em alguns países, entre eles a Etiópia, mais da metade das crianças continua excluída do sistema educacional.
• No Brasil, ao contrário do que acontece na maioria dos outros países, as mulheres estão em situação educacional ligeiramente melhor que os homens. O Brasil e o terceiro objetivo: Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres De acordo com o terceiro objetivo do milênio, o acesso de mulheres e homens a todos os níveis de ensino deve ser igual até 2015. No Brasil, as mulheres estão ligeiramente à frente dos homens nesse sentido. Isso não quer dizer que esse objetivo possa ser ignorado no Brasil. É preciso verificar as razões pelas quais as mulheres encontram dificuldades para inserir-se igualitariamente em outros campos da sociedade, como o mercado de trabalho e a representatividade política. E, já que o objetivo é promover a igualdade entre os sexos, é preciso entender o que impede os meninos de permanecer na escola e tomar atitudes para que essa situação se equilibre. Especialistas dizem que tanto o mau desempenho dos meninos na escola quanto a baixa presença de mulheres em outros campos da sociedade parecem ter uma origem comum: o pensamento discriminatório de que o lugar dos homens é “lá fora”, trabalhando pelo sustento da família e tomando grandes decisões, e que as mulheres devem ficar em casa, cuidando dos filhos e realizando trabalhos domésticos. Seguindo esse raciocínio, elas “teriam mais tempo” para estudar. No Ensino Fundamental, o número de alunos matriculados é quase igual para os dois gêneros, mas elas tiram notas mais altas e reprovam menos. A partir do Ensino Médio, elas se destacam bastante em número. No Ensino Superior, por exemplo, há 30% mais mulheres que homens, e essa diferença vem aumentando. Mesmo estudando mais, elas enfrentam mais dificuldades para conseguir um emprego. Há uma tendência de aumento de postos de trabalho preenchidos por mulheres, mas a disparidade ainda é grande: 72,9% dos homens tinham trabalho em 2003, contra apenas metade da população feminina. Também há mais homens com carteira assinada (32%) que mulheres (25%), exceto em cargos públicos concursados, os quais elas conquistam com mais facilidade (vantagem de oito pontos percentuais). Elas ainda ganham menos que os homens: 83% do salário deles.
OS OBJETIVOS DO MILÊNIO SEM O RACISMO
• As mulheres vêm, lentamente, conseguindo cada vez mais espaço no mercado de trabalho. Mas o caminho tem sido mais difícil para as negras, que aumentaram sua participação em apenas 2,3 pontos percentuais entre 1992 e 2003, enquanto as brancas conquistaram 4,5 no mesmo período. Além disso, os salários e condições de trabalho das negras são piores.
• Dos 6,7 milhões de trabalhadores domésticos no Brasil, 5,7 milhões são mulheres e mais da metade são negras. Só 26% delas trabalham com carteira assinada, confirmando a ideia de que o trabalho doméstico é marcado pela informalidade e pela exploração.
• Os salários dos negros são 50% menores que os dos brancos. A participação feminina na esfera política ainda é tímida, apesar de ter sido ampliada. Em 2006, somente três mulheres foram eleitas para o cargo de governador, e do conjunto de representantes empossados na Câmara Federal, menos de cinqüenta são deputadas. Contudo, quanto ao poder de influência, as mulheres têm se sobressaído. São exemplos dessa tendência: a presença de Ellen Gracie na presidência do Supremo Tribunal Federal, e a alta visibilidade da senadora Heloísa Helena, que permaneceu nos noticiários durante todo o seu mandato (de 1998 a 2006) e foi candidata à presidência do país.
E PELO MUNDO AFORA...
• Em todo o mundo, as mulheres registraram crescimento na participação política, mas ela continua pequena. A média aumentou de 12% para 17%.
• O quinto objetivo diz respeito à saúde materna.
Bibliografia:
http://www.educacional.com.br/reportagens/8jeitos/educacao.asp
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